Prelúdio
O Rui andava com vontade de arejar a cabeça, e em conversa lançou-me a ideia de reeditar um percurso já feito há uns anos pela zona do Alto Douro e Trás-os-Montes, com o nome Rota das Aldeias Perdidas. Fiz esse passeio, foi memorável, sobretudo pela belíssima região que nos revelou. Seriam qualquer coisa à volta dos 1500kms para serem feitos num mínimo de 4 dias.
Eu estava disposto a isso, mas entretanto saltou para a “mesa” outra ideia ainda não concretizada, algo no mesmo formato mas pela zona do Minho, Gerês e uma pequena incursão pela costa oeste da Galiza. Por uma questão de prioridades e porque o Douro se faz melhor em Primavera florida, recuperou-se a ideia do Minho.
Começámos a olhar para datas, e efectivamente até ao fim do ano só havia uma capaz de encaixar 4 dias de “cu tremido”, o fim-de-semana de Finados, de 01 a 04 de Novembro. Estávamos os dois alinhados, em particular no que toca a não apanhar chuva, assim, enriquecemos as duas propostas com mais duas alternativas, Sul de Espanha (Andaluzia) e Parque Natural do Alvão, este último para fazer num formato de dois dias num qualquer fim-de-semana que o permitisse. A opção de Sul de Espanha estaria guardada para segundo lugar, no caso de estar agreste a Norte.
Finalmente, no caso de não ser possível sair no fim-de-semana grande, sobraria o Alvão para fazer no primeiro fim-de-semana sem chuva. O Rui tratou dos trajectos a Norte, e eu tratei dos percursos do Alvão e de Espanha. Estive precisamente de férias em Agosto pela Andaluzia, e assim que de lá vim, meti logo na cabeça que tinha de lá voltar, mas de moto! Assim não foi difícil idealizar um percurso de quatro dias por aquela bonita região. O factor financeiro foi levado em conta, claro! Contas feitas, pelo Minho, Douro ou Espanha, os custos eram semelhantes. Os preços de estadia são muito iguais, e o que se poupa em refeições por cá, poupa-se em gasolina por Espanha. Deste modo, a estratégia estava alinhada, só nos restava anunciar o passeio e ir espreitando as previsões do tempo, que são sempre muito instáveis nesta altura do ano.
O São Pedro não estava a querer colaborar, e a Norte reservava-nos quatro dias de chuva. A Sul parecia estar melhor, temperaturas mais amenas e pelo menos dois dias sem água. Optámos assim por apontar a mira para Espanha e avançar com as reservas. De véspera, e para os quatro dias apenas estavam anunciados 14mm de chuva para Sábado com trovoadas, e menos de 10mm para Domingo com aguaceiros. Achámos que estas previsões eram razoáveis e não seriam impedimento para sair de casa.
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