Um ano de Coiso
Um ano feito de Coiso merece que seja aqui feito um balanço!
Durante este tempo não houve mês que a Spyder não saísse à rua. Mais ou menos fim-de-semana sim, fim-de-semana não, esteve a rolar.
No total foram cerca de 16000 quilómetros, ou o equivalente a 1333km/mês, ou 333km/semana, ou 47km/dia. A distância foi distribuída na sua maioria em passeios nacionais ao fim-de-semana na ordem dos 300 a 500 quilómetros. Houve ainda duas viagens maiores por Espanha com passageiro e bagagens, cada uma com cerca de 2000 quilómetros feitos numa semana.

Quase todas as viagens foram feitas a dois e praticamente todas com boas condições climatéricas, à excepção de uma viagem de cerca de 400 quilómetros feitos debaixo de chuva forte.
No regresso da Concentração do Clube Espanhol Can-Am Spyder previa-se um temporal no Norte da Península Ibérica. Optámos por voltar da Galiza atravessando a Serra do Gerês em direcção a Sul, um erro crasso.
A chuva começou miudinha logo de manhã e foi engrossando ao longo do dia. A Spyder aguentou-se "à bronca" de forma exemplar. Desde as curvas do Gerês aos troços de autoestrada até Entre-os-Rios já feitos debaixo de uma carga de água, não houve qualquer problema ou situação inesperada. No final ficou apenas uma valente molha para recordar.

A média global ficou-se pelos 6,7 litros (aos 100 quilómetros), o que pessoalmente satisfaz. A Triumph Tiger 800 XcX anterior fez 5,5 litros na mesma distância, com metade do peso e sempre a solo.
Nenhum problema de qualquer espécie, tirando a troca em garantia de uma roda da frente que apresentava alguns pontos de verniz estalado na face (defeito de fabrico).
O plano de manutenção indica revisão a cada 15000 quilómetros ou 12 meses, tendo sido feita como seria de esperar no concessionário Benimoto. Foi mudado óleo e filtro, feitas as verificações e actualizado o software. A factura ficou em 187,23€ o que sinceramente me pareceu bastante razoável.
Ao fim deste tempo, os rodados da frente não apresentam grande desgaste, já o de trás está a aproximar-se do fim de vida. Chegou à marca de desgaste de Inverno e está próximo da marca de Verão. Terá provavelmente mais cerca de 2000 a 4000 quilómetros de vida o que não ultrapassa em muito a longevidade habitual de um bom pneu traseiro de mota (15000 quilómetros). Uma vez que terei de trocar o pneu daqui a não muito tempo, muito provavelmente as pastilhas do travão de trás serão trocadas na mesma altura, já que se verificou na revisão que o desgaste já passava mais de meio. Também aqui nada de estranho, a vida das pastilhas está na média sobretudo pelo facto do travão ter de lidar com mais de 500 quilos de peso e de o fazer de forma tão eficiente.

De resto temos desfrutado bastante da Spyder. Revelou-se um veículo perfeito para passear que é o que mais gostamos.
Na autoestrada é um regalo. Oferece uma boa protecção aerodinâmica e a posição de condução relaxada é muito conveniente tanto para o condutor como passageiro. Nas estradas secundárias a condução é mais física sobretudo se o percurso for muito sinuoso, mas é também mais divertido.
Com o passar do tempo vamos nos habituando à dinâmica da Spyder e à presença do controlo de estabilidade da Bosch (VSS) que os americanos chamam de "nanny"...
Esta "ama" intervém assim que detecta o perigo de levantar uma roda do chão. É um sistema um pouco intrusivo, especialmente quando o sistema detecta a presença do passageiro, ficando mais interventivo pelo peso acrescido. Actua normalmente aplicando toques de travão na roda exterior à curva para evitar que a roda do lado de dentro perca o contacto com o piso. No início é estranho, mas depois de nos habituarmos acabamos por confiar na "nanny". Saber que o sistema irá corrigir a velocidade para a correcta se for necessário faz com que, por vezes, dê por mim a entrar em curva sem qualquer ajuste de velocidade.
Não será de espantar que por este facto, e também por num veículo deste tipo qualquer tipo de travagem em curva não influenciar a trajectória (ao contrário de uma mota onde é fácil perder a linha), a Spyder é incontestavelmente mais segura que um veículo de duas rodas.

O que a Spyder não gosta é de estradas com mau piso. As três rodas e a reduzida altura do solo não fazem dela o melhor veículo para aquelas nacionais beras, todas esburacadas e remendadas. A entrada e saída das lombas também tem de ser feita com cautela, pois a frente tem tendência para encostar à saída.
A solução passa por reduzir um pouco a velocidade e aliviar o guiador para não se sentir muito as imperfeições da estrada. Aliás, a regra de segurar e não agarrar o guiador vale praticamente sempre.
Posto isto, afinal qual o resultado final do balanço?... Só poderia ser positivo!
Tem nos proporcionados excelentes momentos de viagem de cara ao vento como gostamos. Tem o feito sem percalços e de forma mais segura que em duas rodas. Por esta altura não tenho dúvidas que tomei a decisão certa e actualmente nenhuma mota no mercado me faria trocar a Spyder.
E agora, se nada o justificar, próximo balanço daqui um ano...
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Enviado a 26-06-2020 por Fernando Florentino
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