A Terra Fria
O Nordeste Transmontano (no extremo Nordeste do país) divide-se em duas regiões: Terra Fria e Terra Quente.
A região da Terra Fria está no extremo Nordeste e engloba os concelhos raianos de Mogadouro, Miranda do Douro, Vimioso, Bragança e Vinhais (por oposição a região da Terra Quente inclui os concelhos de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Valpaços e Vila Flor.
Embora as temperaturas mínimas sejam muito baixas nas das duas regiões, é de facto nas serras da Terra Fria que se registam as temperaturas mais baixas do Nordeste Transmontano.
Mas a Terra Fria não é só conhecida pelo seu isolamento e baixas temperaturas, é também região de bonitas serras, de castanha e mel, de tradições e cultura popular (caretos e pauliteiros) e de gente calorosa e genuína.
A Rota é uma iniciativa de promoção turística da Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano e oferece um trajecto circular por alguns dos locais de destaque da Terra Fria.
Toda a informação encontra-se disponível num fantástico website criado pela associação do qual recomendamos a consulta.
Destacamos de seguida alguns pontos da Rota imprescindíveis de visitar.
Picote

Aldeia sobre as encostas do Rio Douro que faz parte das trinta e duas aldeias que receberam placas bilingues (Português e Mirandês) para todas as ruas. A poucos metros do extremo da aldeia encontra-se o magnífico miradouro do Miradouro da Fraga do Puio que oferece uma vista soberba sobre uma das curvas do Rio Douro. Perto da aldeia encontra-se também a barragem do mesmo nome, uma das cinco barragens do Troço Internacional do Douro.
Miranda do Douro

É sede de concelho e vila fronteiriça tendo caído nas mãos dos espanhóis em várias ocasiões . A Concatedral de Miranda do Douro foi concluída no século XVI e é o maior templo religioso da região de Trás-os-Montes. Digno de referência é também o Castelo cuja origem remonta ao reinado de Dom Dinis e que depois de albergar um paiol e ter sofrido uma violenta explosão em 1762 ficou seriamente destruído restando hoje em dia não muito para apreciar.
Concatedral de Miranda do Douro.
Castelo de Miranda do Douro.
São Joanico

Bonita aldeia típica transmontana junto ao Rio Angueira que vale o desvio. Está distribuída pelas duas margens unidas por uma antiga ponte medieval que ainda hoje está a uso. São João Baptista é patrono e porventura estará na origem do nome da aldeia, sendo que São Joanico (e não São Joaninho) indicia que em tempos se falou por aqui Mirandês.
Vimioso

Importante vila situada no Planalto Mirandês a quase 700 metros de altitude que fez parte da linha de defesa da fronteira oriental do reino, tendo tido para tal um castelo que foi destruído pelos espanhóis e do qual só resta actualmente um muro. A Igreja Matriz de São Vicente é de fachada imponente e estima-se que terá sido construída no séc. XVII.
Outeiro

É a única aldeia portuguesa conhecida por possuir uma basílica. A origem da grandiosa Basílica do Santo Cristo de Outeiro concluída no século XVIII resulta de um milagre que terá acontecido na pequena capela onde o Santo Cristo esteve uma semana a “suar gotas de água”. O interior é rico em pinturas e talha dourada. A Cruz de Cristo que se encontra no altar-mor será supostamente a mesma que esteve na origem do milagre e existem algumas curiosidades como a representação de vários "8" (símbolo do infinito) cujo significado não se conhece e não é comum numa basílica.
Basílica Menor de Santo Cristo de Outeiro.
Rio de Onor

Está localizada na fronteira de Portugal e Espanha dividindo-se em duas partes, uma de cada lado da fronteira sendo o nome da porção Espanhola conhecida por Rihonor de Castilla. Os nomes derivam com certeza do Rio Onor que as atravessa.
Existe partilha de recursos entre as duas partes onde, por exemplo, as águas residuais são tratadas do lado português e em troca os espanhóis fornecem água potável no Verão quando existem problemas de abastecimento.
Gimonde

Situada no limite do Parque Natural de Montesinho esta belíssima aldeia tem a particularidade de ser percorrida por três rios: o Rio Igrejas e o Rio Onor que aqui se juntam ao Rio Sabor. Tem como ex-líbris a Ponte Velha cuja origem remonta ao período de romanização. Seria parte da conhecida “via XVII” que assegurava ligação entre Braga e Astorga (Espanha) passando pela cidade de Chaves.
Via Panorâmica

Trata-se de um troço da Nacional 308 feito à altitude de 1000 metros entre as localidades de Mofreita e Moimenta que oferece umas das melhores (senão a melhor) vistas sobre a paisagem transmontana. Parte da estrada encontra-se no limiar fronteiriço de Portugal pelo que de um lado está Espanha (Norte) e do outro Portugal (Sul). É algo isolada e a circulação deve ser feita com cautela particularmente ao inicio e final do dia quando a fauna é mais activa (corças e outros animais de porte).
Moimenta

É uma daquelas aldeias que espanta. É preciso embrenhar-se pelas suas ruas estreitas calcetadas para descobrir a belíssima e peculiar Igreja Matriz que esconde. A sua origem remonta ao século XIV mas a sua actual forma imponente é resultado de intervenções efectuadas no final do século XVII, altura em que foram erigidas as suas proeminentes torres sineiras.
Podence

É a aldeia dos famosos Caretos (de Podence) e em todas as ruas a sua presença está assinalada com pinturas um pouco por todo o lado. Aqui a Festa do Entrudo com estas figuras terá pelo menos um século de existência e continua a ser celebrada em Março apesar de estarem aqui presentes todo o ano. Conta com um pequeno núcleo museológico sobre a história e tradição dos Caretos de Podence.
Salsas
Aqui se instalou a Estalagem de Correio Real onde se efectuava a mudança de cavalos e posteriormente uma estação para a Linha de Caminho de Ferro do Sabor. Apesar da linha ser extinta em 1988 os edifícios foram conservados e decorados com alusões às Festas dos Rapazes de Salsas (caretos).

Também aqui foi colocada uma impressionante estátua de que representa a imagem de um careto em grandes dimensões, sendo da autoria do Professor Luís Canotilho. Foi também nesta estação ferroviária que sucedeu o acidente que vitimou o Conselheiro Abílio, grande defensor da ligação da Linha do Tua à cidade de Bragança.
Algoso

Domínios que pertenceram à Ordem de Malta que aqui tinha um castelo que se julga ter sido edificado no final do reinado de Dom Afonso Henriques (1112-1185). Foi vila e sede de concelho, sendo que o Pelourinho que se ergue frente à antiga casa da câmara datará provavelmente do foral de Dom Manuel atribuído em 1510. Foi integrada no concelho de Vimioso em 1855.
Mogadouro

A nobre Casa de Távora teve um papel importante no desenvolvimento desta região mandando construir e conservando estradas, pontes, igrejas e castelos, como foi o caso do Castelo de Mogadouro que se tornou residência da família. Depois de esta Casa cair em desgraça o castelo foi abandonado caindo em ruínas.
De destacar também o Convento de São Francisco (erigido com o financiamento de Dom Luís Álvares de Távora) que hoje em dia acolhe os serviços da Câmara Municipal.
Castelo de Mogadouro.
Convento de São Francisco.
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