As chaves do Barradas
Dia 8, Essaouira
Subimos para as gigantescas ameias da muralha para ver a costa e tirar umas quantas fotos. Pena foi termos o Sol de frente.




Depois seguimos até à torre a Norte da muralha para passear mais um pouco por ali.




Nisto o Barradas entra em pânico! Levou a mão ao bolso e não encontrava a chave da Tiger… Bem… Ou a perdeu, ou a deixou na ignição… Mas já não sabia… De qualquer forma, já havia pouco a fazer. Encontrar uma chave perdida em Essaouira, só mesmo com um golpe de muita sorte… Se tivesse ficado na ignição, havia uma boa probabilidade do nosso guarda a ter guardado. Assim mesmo, as motas estavam presas com as correntes e cadeados e supostamente teríamos um tipo de vigia… No caso da chave estar irremediavelmente perdida, o Barradas também não ficaria apeado pois tínhamos trocado entre nós o segundo jogo de chaves.

Assim, prosseguimos com a visita. E estava na hora de tratar do jantar. Eu levava de referência uma dica de um colega. Um mercado da vila com a possibilidade de se comer no local o fabuloso peixe fresco. Mas primeiro tínhamos de ir tratar de levantar umas moedas. Com o Sol mais baixo, fizemos uma segunda investida ao ATM defeituoso.
Estava um pouco melhor, e o Barradas fez uma tentativa. Com alguma dificuldade conseguiu levantar mais 2000 dirhams (cerca de 180 euros). Engraçado foi depois disto, o facto do ecrã da máquina voltar a funcionar. Era mesmo defeito e parece que ficou bem. Óptimo, ficou mais fácil para eu e o Benedito também de seguida levantarmos dinheiro.
Voltámos à rua principal da vila. Tinha indicação que o mercado estaria numa ruela perpendicular ao primeiro ou ao segundo arco. Ainda nos metemos por aqueles becos, mas sem sucesso. Às tantas voltámos à rua principal e junto ao arco perguntei a um polícia que por ali estava. Prontamente me respondeu que ficava ali por uma rua a poucos metros… Perfeito! Demos com aquilo sem grandes problemas. Uma espécie de pátio escondido repleto de bancas de peixe fresco. Em redor deste pequeno mercado existem umas galerias com umas mesas e cadeiras manhosas. É aí que se prepara e serve o peixe. Não nos fizemos esquisitos e entrámos numa. Um marroquino de calças à pescador apressou-se a arranjar-nos uma pequena mesa junto à parede. O aspecto do local não era para fracos. Iluminação fraca, aspecto a condizer, e um chão que colava à sola dos sapatos… Tirando isso, tudo fino!… Venha o peixe. Pedimos uns camarões, lulas para o Benedito e dourada escalada para mim e para o Barradas. Vieram os pratos, e estava bem bom! Sabia bem variar um pouco das tajines e espetadas dos passados dias. Despachámos tudo com uma grande categoria e no entretanto, duas mesas à nossa volta tinham sido ocupadas por turistas: uma com um casal de velhotes franceses, e outra com um grupo grande de italianos. Está a ficar famoso este sítio.
Pagámos uns 70 dirhams cada (qualquer coisa abaixo dos 7 euros) e saímos. Regressámos à rua principal para fazer o caminho de volta até ao porto, onde se encontrava a praça de táxis. A rua estava ainda mais animada de gente. No caminho, o Benedito ainda fez uma visitinha a uma loja para negociar qualquer coisa. Aqui o estilo é completamente diferente, não estão empenhados da mesma forma que pudemos presenciar em Marraquexe. Um dos marroquinos que lá estava, o mais jovem começou a fazer olhinhos aos nossos sapatos. Queria negociar os meus Merrell ou os do Benedito… Recusámos, claro.

Já na praça de táxi e com a noite posta, entrámos no primeiro da fila para regressar ao nosso hotel nos limites da cidade. Pagámos 8 dirhams (72 cêntimos de euro).

O Barradas ia com alguma esperança de reencontrar a chave no canhão de ignição. Quando chegámos encontrámos logo o nosso guarda do parque que me explicou que tinha retirado a chave da ignição e entregue ao tipo da recepção. Nesse momento, o Barradas com um sorriso de orelha a orelha apanhou os “ditos” literalmente do chão!
Subimos até aos aposentos. Estávamos cansados, mas satisfeitos da vida! Ainda se deram umas tecladas na net para conversas e actualizações de facebooks. E finalmente, uma boa noite de sono.
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