De mota na Medina...
Dia 8, Marraquexe
Noite bem dormida, pequeno-almoço tomado (com os mimos habituais) e estávamos na rua. O Benedito tinha dormido num Riad ao lado, mas logo se encontrou connosco.
o nosso riad
De véspera, e por causa de um desagradável episódio sobre a escolha do parque onde deixaríamos as motas, perdemos mais de uma hora já depois de chegar a Marraquexe.
Assim, e porque o troço de estrada a fazer até Essaouira era de uma relativa curta distância (menos de 3h), decidimos sair mais tarde e aproveitar mais algum tempo para explorar o mercado de Marraquexe.




Seguimos directos para a praça Jeemna El Fna, hoje pela manhã totalmente diferente de como a tínhamos visto. As tendas de comes e bebes já não estavam, apenas se mantinham as barraquitas da fruta. Apesar de haver já algum povo na rua, a Medina estava ainda a “acordar”.


Grande parte dos negócios estavam abertos ou a abrir, mas muitos ainda se encontravam fechados.


Andámos por ali, para trás e para diante, há procura de lembranças a bom preço para levar para casa.
O Benedito era o que estava mais entusiasmado. Já de véspera tinha feito negócio com um puff e hoje estava com vontade de trazer mais coisas. Nomeadamente um candeeiro marroquino (aqueles grandes em metal) que já andava a namorar há uns dias… Ainda lhe demos a sugestão de levá-lo amarrado às costas na mota, mas de facto viajar em duas rodas tem este inconveniente do espaço.




Já muita sorte teve ele de ter conseguido enfiar um puff numa das malas laterais! Ao cabo de duas horas todos tinhamos as compras feitas (ténis, sandálias, relógios, brincos, colar e uns ímanes para frigorífico). Houvesse mais tempo e o Benedito ainda tinha trazido mais umas coisas!



Já passava das 11h00 quando nos dirigimos ao parque para recolher as motas. Tudo em ordem. Entregámos a senha e saímos de lá com elas em direcção ao riad.

Carregámos as malas, pagámos a conta e ala que se faz tarde!
A saída de Maraquexe foi feita no mesmo género da chegada. Talvez até num registo um pouco mais emocionante, pois envolveu atravessar as ruas estreitas de meia-Medina com as motas carregadas. Depois, até chegarmos ao limite da cidade ainda tivémos de furar o trânsito desgovernado da cidade. Quando penso no trânsito em Marraquece vem-me à ideia a de um formigueiro... Cada individuo anda à sua vontade e fura por onde tiver de furar. Não há sentidos obrigatórios nem proíbidos, se me apetecer ir por ali é por ali que eu vou... Já me tenho perguntado como é que isto funciona e parece-me francamente que se centra tudo na tolerância. Não há movimentos bruscos e raramente se vê medir forças. Anda tudo à cautela com a devida calma e cada um vai deixando passar cada qual.
É claro que para nós, no inicio começamos a stressar, mas depois até nos rimos da coisa... Desde pessoal a parar dentro da rotunda a enxames de scooters em sentido contrário.
Próximo destino, Essaouira, uma pequena vila piscatória situada na costa atlântica marroquina. Menos de 200km em linha recta para cumprir nas calmas e apreciar a bonita paisagem.
Totalmente descontraídos seguimos pela nacional que liga Marraquexe à costa, estrada boa, desimpedida e, por vezes, com mais de uma faixa. Às tantas vejo o Benedito aos “esses” à minha frente… Volta não volta é habitual fazermos isso, sobretudo depois de muita estrada a direito, acaba por variar um pouco a condução e “limar” as laterais do pneu. Ia atrás do Benedito com a câmara do capacete ligada e aproximei-me dele para filmar a cena… Ele parou com a dança e aí lembrei-me de pedir ao Barradas que seguia à frente para começar com o baile. Depois comecei eu, e rapidamente o Benedito percebeu que havia dança e alinhou… Ficou tudo registado, três portugueses malucos aos “esses” no meio da estrada… Bom momento de descontracção!... Eu acho que foi por esta altura que entrámos em modo de cruzeiro. O stress e ansiedade inicial de andar por novas paragens estava a desaparecer.
Depois de 7 dias, um pouco por todo o lado, já estávamos completamente entrosados e à vontade neste meio e começávamos agora a descontrair e a apreciar este magnífico país de outra forma.
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