Duas Tigers no Rocio


Dia 3, El Rocio

El Rocio é peculiar, trata-se de uma aldeia onde as estradas são de areia por causa dos cavalos e charretes, e a maioria das casas, num estilo muito característico são conhecidas por Hermandades. Há Hermandades de vários tamanhos, de pequeninas até ao tamanho de um quarteirão. Este edifícios sempre compostos por uma capela ou igreja de devoção são erigidas pela mão de comunidades religiosas regionais. São os elementos de cada comunidade que podem depois usufruir das mesmas, em especial durante o mês de romaria à virgem santa de El Rocio que inicia em Agosto de cada ano. Por essa altura é verdadeira fiesta por aqui, com uma enchente de gente na rua, muito comer e beber, música, e tiros para o ar… Se há coisa que os espanhóis dominam é festa rija, disso não tenho dúvidas. Para comer, beber, cantar e bailar, não há pai para esta boa gente!

Entrámos pelo Rocio com algum receio, andar na areia de mota com um temporal destes ninguém gosta, e levantar os Tigres do chão no fim do dia, não nos estava de facto a apetecer! Mas nada, entrámos por ali adentro na boa, sem qualquer chatice. Problema foi estacionar as Tigers à entrada do alojamento onde iriamos ficar. É que os descansos funcionam bem no alcatrão, já na areia não funcionam... Ficámos os dois atrapalhados a olhar um para o outro à procura de algum lugar para assentar o descanso. Felizmente um espanholito ali próximo viu o nosso incómodo e rapidamente desencantou dois pedaços de madeira para colocarmos debaixo dos descansos. Ufa, que esta foi difícil… Com as motas convenientemente estacionadas fomos directos à recepção fazer o check-in.

cai, não cai...

Edifício amplo com duas portadas grande de madeira que se abriam para uma sala que também servia de recepção. Para lá da entrada, duas portas grandes de vidro que davam para um pátio sobre o comprido onde em redor se localizavam as habitações. No seu melhor castelhano, o Rui já tinha averiguado previamente por telefone a possibilidade de resguardar as motas. O tipo tinha falado na existência de um pátio onde poderíamos deixar as “burras” a salvo… Ora espera lá… Pátio, só vejo este, mas para isso é preciso literalmente entrar no edifício e atravessar a recepção, como se fosse um cavalo.

Eh eh… Vamos a isso… O fulano abriu bem as portadas de entrada, e as vidraças do pátio, e hop… Já lá estávamos dentro! Arrumámos as Tiger ao fundo, debaixo de uma escadaria, a 2 metros de distância do quarto onde iriamos ficar.

dentro do estábulo...

Resolvido este problema, passámos ao seguinte que foi pendurar todo o equipamento nas portas do armário de modo a que ficasse estrategicamente virado para a saída do Ar Condicionado, e colocar este último a 30 graus centigrados.

o estendal improvisado

Depois banhoca quente, vestir uma roupa quente e sair à rua para aproveitar o resto dia, enquanto deixávamos o quarto em modo estufa.



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