Pelas Hermandades
Dia 3, El Rocio
Felizmente quando chegámos à rua a chuva parecia ter dado tréguas. Perfeito para podermos passear…

Quer dizer, o ideal era termos tido um bonito céu azul, mas por esta altura não chover nas nossas carolas já era muito bom!
El Rocio por esta altura está a menos que meio-gás e muito longe do espírito de loucura que há por aqui no Verão. A maioria das Hermandades estão fechadas, ainda assim havia algum movimento na rua.


Seguimos rua abaixo, na direcção da bonita ermida. El Rocio não é muito grande e eu tinha mais ou menos uma ideia de onde ficava. Pelo caminho fomos fotografando as ruas e as Hermandades, algumas são verdadeiramente bonitas e até um pouco exuberantes.


Finalmente chegámos à ermida que se localiza junto a um curso de água (Arroyo de la Rocina) que forma ao seu lado uma espécie de albufeira pantanosa. Hoje a albufeira estava cheia, lembro-me que quando cá estive em Agosto estava seca e alguns cavalos por ali pastavam.


Passámos pela capela das velas, um edifício longo onde os devotos deixam as suas velas em homenagem à santa, velas verdadeiras, nada daquelas lâmpadas foleiras em forma de chama.


Infelizmente a frente da ermida estava em obras, pelo que não foi muito fácil achar o melhor enquadramento.

Depois fomos lá dentro, onde não são permitidas fotos. Pois nem de propósito estava por lá uma velha espanhola a tirar algumas com o flash ligado.
A santa estava ausente do seu pedestal, 2012 é ano de Jubileu e assim transitou no mês de romaria para a aldeia de Almonte mais a Norte, o Traslado. Para ano, volta à base, e é a loucura total durante as festividades com mais de 1 milhão (!) de visitantes. Torna-se a 3ª maior cidade de Espanha nesta altura, durante o resto do ano tem cerca de 2000 habitantes.
O interior da ermida é relativamente simples e não muito grande. Existe um altar imponentemente decorado a dourado, mas fora isso predominam as paredes de um branco imaculado. Aliás, isso é regra. Quer por fora, quer por dentro a ermida está impecavelmente mantida e preservada.
Depois de uns quantos cliques de máquina, desviámos para a estrada onde o nosso amigo da recepção nos tinha indicado um restaurante para comer. Demos com ele, “Aires de Doñana” no estilo assador, e não tivemos dúvidas que se comia ali bem, mas os preços eram proibitivos.


Ainda era cedo, tínhamos ficado bem com o almoço e decidimos que ficaríamos melhor com uns petiscos ou tapas, como se chama por aqui. Parámos num café, bebemos um copo e seguimos para cima.
Efectivamente comer por aqui não é coisa simples, ainda para mais nesta altura. Parámos num boteco com ar simpático e perguntámos pelo que havia para comer… Azareco, a cozinha só abria às 21h00, pelo que para comer só salada russa ou pimentada…
Ora deviam ser umas 20h00, de modo que venha daí uma salada… Deve ter sido a salada russa mais estranha que comi na minha vida… Tinha um forte travo a cerveja, que é paladar que eu não estou à espera numa salada, nem mesmo russa. Deve ser receita daqui, ou então é caganeira na certa!
Despachámos a salada e mais um copo, nada se passava ali e ainda falta um bom pedaço para que a cozinha “magicamente” se abrisse… Sinceramente não percebo esta regra restrita, parece que estava capaz de ir tudo preso se o raio da cozinha abrisse antes da hora…
Saímos, andámos um pouco mais para cima na direcção da estação de serviço à entrada de El Rocio onde nos pareceu estar um restaurante. E estava, um edifício grande e pomposo, mas problema. Não se via vivalma por ali, apenas uma loura espampanante que saíra de um carro de luxo e entrara para dentro do restaurante deserto… Mau, é melhor não inventar que este pessoal gosta de misturar refeições com mulheres e varões, e nós de momento só nos interessava as primeiras!

Voltámos ao boteco da cozinha que só abria às 9 da noite… Felizmente estava quase na hora.
Mandámos vir mais um copo e esperámos enquanto víamos o Cristiano Ronaldo a jogar na televisão. Já passava das 21h00 e ainda não havia cozinha aberta… Irra que está difícil… Mais dez minutos e finalmente o espanhol traz-nos as ementas de tapas para a mesa… Óptimo.
Pedimos umas patatas alioli (batata cozida como molho de alho), pinchos de pollo (espetadas de frango com tempero de caril) e llomo ajillo (carne de porco em molho de alho) para começar.
Não demorou a chegar à mesa, e mandámo-nos às tapas e ao pão. Tudo caseiro e muito bom! No final da primeira rodada estávamos satisfeitos e ficámos por ali. Já era tarde e estas tapas vieram mesmo a calhar para aconchegar o estômago sem enfartar.
Pagámos e voltamos para o alojamento, já estava noite cerrada.

As Tigers lá estavam à nossa espera, e no quarto um fabuloso ambiente tropical. A maior parte do equipamento tinha secado. As luvas do Rui continuavam molhadas, e as mangas dos nossos casacos também. Estávamos esperançados que tudo secasse durante a noite.

A recepção do wifi era péssima e o Rui teve de sair do quarto e carregar umas fotos em cima do banco da Tiger onde o sinal era melhor.
E vamos à deita, que amanhã é o último dia com regresso ao nosso querido Portugal.
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