Quatro anos de Coiso
Agosto de 2022
Quarto ano de Coiso com os primeiros 6 meses ainda vividos em clima de pandemia. Começou com cerca de 30.000km no odómetro e finalizou com mais 8.000km. Dadas as condições acabou por não estar muito desalinhado da média normal dos 12.500km/ano.
Esta distância foi distribuída por várias voltinhas de um dia, um fim-de-semana pela agradável Nacional 16 e dois passeios mais longos pela Andaluzia.
Primeiro foi uma viagem até à Serra de Aracena e Riotinto. Um local que já conhecíamos mas onde nunca fomos em três rodas. Uma voltinha agradável e não muito longe da capital.

Depois a voltinha pela Nacional 16 que liga Aveiro a Vilar Formoso calhou-nos mesmo bem. As ligações desde Lisboa são um pouco penosas mas o percurso desta nacional é fabuloso. Fizemo-la em dois dias com pernoita em Viseu.
Finalmente, decidimos participar na concentração de Verão deste ano do Clube Can Am Spyder España na região de Sevilha. Dois anos sem encontros e a proximidade de Sevilha convenceu-nos a juntarmo-nos de novo aos nossos amigos espanhóis.
Apesar do calor abrasador gostámos particularmente deste meeting. Talvez um pouco mais até que da primeira concentração a que fomos em La Reinosa. Reencontramos vários amigos e fizemos alguns novos e como da primeira vez fomos maravilhosamente recebidos.

Não sei se será por sermos os únicos portugueses a aparecer mas nota-se que existe um esforço em acolher-nos e fazer nos sentir bem. É verdadeiramente um grupo cinco estrelas, não só na amabilidade mas por também conseguir organizar estes eventos memoráveis.
Ao todo creio que seriam umas 50 Spyder a desfilar pela Serra Norte de Sevilha. Bom passeio, bons comes e bebes e o mais importante, um excelente convívio.
Já que estávamos por ali decidimos estender uma semana até às Serras de Grazalema e de Ronda. Uma zona que também já conhecemos mas onde gostamos sempre de voltar. A cidade de Ronda é fantástica (tem um pôr de Sol inesquecível) e há sempre um cantinho ou um pueblo para descobrir nos arredores.

E claro a Spyder portou-se sempre à altura, mesmo com os mais de 40ºC que apanhámos em pleno Verão durante vários dias em Espanha.
Para a revisão anual repetiu-se a fórmula do ano anterior. Novamente prescindi do kit de substituição de óleo da marca (a rondar os 100€, referência #219800356) e optei por 5 embalagens de óleo (4.7 litros) de Amsoil Metric SAE 10W40. Com filtro de óleo e anilhas a brincadeira não chegou aos 115€ um valor muito equivalente ao kit com um óleo supostamente superior (este 100% sintético).

Aos 32.000km foram instalados dois "upgrades" encomendados na loja Martin The vLogger Shop na Eslováquia.
O primeiro era algo que já pensava instalar há algum tempo. Uma protecção para a frente da Spyder (ou skid plate). Até há pouco tempo só possível de encomendar directamente dos Estados Unidos o que não considerei por causa dos portes e taxas alfandegárias.
De facto a frente é muito baixinha e o facto de ter trocado o amortecedor traseiro por outro mais duro e mais eficiente faz com que em travagens mais fortes ou em piso irregular a ponta da frente tenha tendência a encostar ao chão.
A protecção é basicamente uma placa de HPDE (ou polietileno de alta densidade). Um termoplástico com excelente resistência ao impacto, tracção e torção. É fixada por meio de parafusos na parte inferior da Spyder servindo assim de zona de impacto.
Tem perto de 1 cm de espessura e sai um pouco para fora o que protege também de "encontros" com passeios. Mas claro a distância ao solo é reduzida e os "encostos" ao solo são mais frequentes. No entanto se estes impactos antes eram uma preocupação agora deixaram de o ser.

O segundo "upgrade" e ainda na sequência do problema de polia (descrito aqui), um tensor de correia com rolamento reforçado. Uma das suspeitas é que o fenómeno do desgaste da polia poderá ser agravado com a falta de tensão na correia. Ora este tensor (basicamente um rolamento montado num braço com mola) visa precisamente aplicar um pouco de força na correia evitando alguns solavancos da mesma sobre a polia.
Efectivamente notei alguma melhoria em passagens de caixa mas continua a zoada em redor dos 70km/h proveniente dos movimentos harmónicos correia. Sinceramente tenho algumas dúvidas da sua eficiência e poderei mesmo retirar este tensor algum dia.
Aos 37.000km foi altura de trocar as pastilhas de trás. Tinha em mente colocar umas EBC (referência FA631HH) em vez das originais Brembo OEM (referência #219800239). Já tinha montado EBC nos discos da frente e estava satisfeito. Mas infelizmente as pastilhas americanas EBC estavam esgotadas em todo o lado pelo que acabei por montar umas Brembo 7GR88SA com preço bastante em conta (37,37€) e que suponho sejam equivalentes (ou melhores) às Brembo de origem comercializadas via BRP e caríssimas (94,47€).
De notar que o jogo de pastilhas de origem (Brembo OEM) durou até aos 20.000km já muito no limite com menos de 1mm de espessura mínimo recomendado. O segundo jogo (também Brembo OEM) foi trocado ao fim de 17.000km mas ainda acima do 1mm mínimo. Pelo que um conjunto Brembo original deverá ter uma duração consistente de 18.000km. Veremos como estas pastilhas novas Brembo aftermarket se portam.

Pouco tempo depois renovei o óleo do sistema de travões. O manual recomenda uma troca a cada 2 anos o que me parece um pouco exagerado. Não notei qualquer redução de eficácia nem de alteração de cor no óleo. Recorde-se também que fazemos um tipo de utilização calma e sem abusos.
O sistema é composto por dois reservatórios (frente e trás) e para a purga total foram necessárias duas embalagens de 100ml de Brembo Sport Evo 500+++ (DOT4).
A polia da frente foi verificada não apresentando nenhum vestígio de pó visível cerca de 10.000km depois da sua troca (ver problema de polia
Em termos de manutenções futuras muito provavelmente os próximos itens na lista serão pneus (à frente e atrás) e pastilhas (frente). Consoante o andamento logo veremos o que terá de ser trocado já para o ano.
Para fechar as estatísticas habituais com quatro anos acumulados e cerca de 38.000km...

Em termos de consumos os valores mantêm-se a rondar os 6,75 Litros aos 100km com cerca de 34% de autoestrada. Viagens praticamente sempre a dois e por vezes com bagagem.
Com uma crise financeira à porta veremos o que o próximo ano nos reserva em termos de passeios mas com certeza se arranjará algum tempinho para rolar
Actualização [Setembro 2022]:
Ainda sobre o problema da polia foi recebida uma carta para campanha de recall precisamente para substituição da mesma.
A BRP parece ter encontrado uma solução para este problema de desgaste prematuro e estará a iniciar intervenções de recall para resolver o mesmo.
De momento creio que irei aguardar mais um pouco para me inteirar sobre esta solução já que, até ver, estou em crer que terei solucionado o problema.
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