O Corte da Águia


Dia 3, Ubrique

Tinha colocado um ponto de GPS no itinerário no suposto miradouro del Mojón de la Víbora, com vista sobre Ubrique… Não percebemos à primeira nitidamente onde se encontrava… Era uma espécie de pequeno descampado abandonado ao lado de uma moradia… De facto daqui avistava-se Ubrique, mas mesmo muito lá ao longe.

Ubrique, já tínhamos visitado na primeira parte dos Pueblos. Mas na altura estava a chover copiosamente, o que permitiu ver pouco mais que a avenida central e beber um café numa esplanada… Desta vez íamos com rota feita que nos iria fazer passar por ruas e ruelas deste pueblo encantador... Ubrique é conhecido pela sua indústria de peles que está fortemente ligada a sua origem árabe. É também um pueblo de dimensões consideráveis, alberga cerca de 17.000 habitantes (Villaluenga que visitámos antes, tem cerca de 500). Como vários outros pueblos está arrumado junto a uma encosta rochosa e localiza-se geograficamente no limite do Parque Natural da Serra de Grazalema e do Parque Natural Los Alcornocales. Já agora para quem conhece, a loja de material de moto Ubricarmotos é aqui que está sediada.

Entrámos por Ubrique e fui tentando seguindo o percurso do GPS. A ideia era tentar subir à parte mais antiga que se encontra junto à encosta para conseguir arranjar um bom ângulo de vista sobre a cidade.

Não estava a correr mal. Começámos tranquilamente a subir pelas ruelas e estas a estreitar… Curva para aqui, curva para ali e conseguimos subir próximo do ponto que pretendia… Mas a dada altura o GPS dizia-me para seguir em frente e era impossível… Ups… Vamos aqui por cima pensei eu… Mas nada feito, 20 metros depois chegamos a um beco sem saída… Bonito… Agora temos de dar meia-volta às Tigers… Com muita calma, um de cada vez fizemos aquela dança do chega à frente, chega atrás e lá se conseguiu inverter a marcha… Mesmo não sendo pequenas estas máquinas são formidáveis de manusear… Por esta altura percebi que não valia a pena ateimar no caminho. Tinha visto uma espécie de pátio em forma de varanda com boa vista sobre a cidade, mas certamente que não é por aqui que se la vai… Já estávamos a transpirar com a ginástica, vamos mas é para baixo e continuar a viagem… Voltámos à avenida principal e seguimos para a saída... Mas nada melhor que um videozito curto do momento.

pelas ruas de Ubrique

Depois fomos um bocadinho mais abaixo da serra, até à próximo da aldeia de Algar. Aqui o encanto não é o pueblo que acaba por ser pequeno e banal, mas a albufeira que está próxima, a Presa de Los Hurones é digna de nota. São 900 hectares de água aqui retidos que asseguram água potável, de regadio e produção de energia hidroeléctrica. A sua importância é relevante já que esta região é a que apresenta maior precipitação anual em toda a província de Cádis

Existe um empreendimento turístico na encosta virada para a presa, designado por Tajo del Águila... Denominação curiosa pois o rio que aqui passa é o Majaceite, afluente do Guadalete que nasce na Serra de Grazalema e se junta ao mar em Cádis... Tajo em espanhol pode também referir-se à palavra "corte"... Corte da águia??... Estou aqui a dissertar e provavelmente será um nome sem significado algum...
O que importa é descrever o local que é essencialmente um espaço de acesso público com um restaurante e algumas casas rurais para arrendarmento.

Por aqui quase se chega lá abaixo à água, e quando digo baixo é mesmo isso. A inclinação é quase a pique!... A estrada é circular, pelo que se vai por um lado e volta-se por outro. Foi o que fizemos. Entrámos no complexo e fomos dar a voltinha lá abaixo… Depois estacionámos as motas junto ao restaurante onde comprámos umas garrafas de água. Já estava a ficar uma brasa do cacetinho…

Muito bonita esta zona ou como se diz aqui "muy preciosa"...

Bom, e depois de andar pelo Sul, siga agora para o Norte da serra...



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