Muitas grades e um espanhol em cima


Dia 4

O caminho até lá foi repartido em 9 quilómetros de curvas enroladas seguidas de uma valente recta sempre junto ao rio Garona que nasce a Este de Vielha.

Vielha é uma cidade de montanha de tamanho moderado. Assim que se chega percebe-se que é espanhola. As casitas seguem o perfil das que vimos do lado francês, em pedra com telhados pretos empinados, mas o povo que circula na rua nada tem a ver com o outro lado.

Encontrámos o hotel com facilidade. Localização perfeita, nem muito afastado, nem muito próximo do centro. O Barradas foi à recepção fazer o check-in. Eu domino o francês, ele o espanhol, o que permite uma divisão perfeita de tarefas.

O estacionamento fazia-se no exterior em parque descoberto, pelo que em alternativa nos autorizaram a parquear as Tigras à porta do hotel. Descarregamos as malas e metemos os cadeados.

Foi assim que prendemos as Tigras, aos quadros.

Esta aprendi de um profissional do furto. As rodas, parece que se tiram com facilidade. Preso ao quadro, só rebentando com a corrente ou cadeado.

Já agora fica outra, cadeados de disco, nas duas rodas, ou preferencialmente metidos na roda de trás com direcção trancada. Parece que existe uma técnica que é meter um patim na roda da frente e carrega-las.

O hotel era espaçoso, mas o elevador nem por isso. Não foi fácil entrarmos os dois cada um com duas malas. O quarto era agradável e espaçoso quanto baste. Desempacotamos a tralha e tratamos de trocar o equipamento de mota por roupa à civil… Ah, e também de ligar a tralha dos carregadores à tomada. O Barradas teve de fazer de electricista para fazer uma puxada à tomada da televisão.

Finalmente fomos à rua, dar um giro ao local.

este deve ser primo

O tempo continuava nublado com temperatura agradável.

Descemos até ao centro, onde numa das ruas estava uma grande algazarra.

Claramente aqui o espírito é outro. Nada de reformados certinhos, bem comportados e discretos. Aqui é… Fiesta!... Juventude por todo o lado e as velhotas como as novas, "arreadas" de cima a baixo.

Imaginem só o que o pessoal estava a fazer para passar o tempo?

Deixo aqui uma fotografia…

Pelo que percebemos seria um "campeonato" de empilhanço de grades de coca-cola… São doidos estes espanhóis.

Um empilhador ia fazendo chegar as grades ao artista.

O camarada da foto devia ser o detentor do título… Estivemos ali um bom bocado à espera que o homem virasse as palhetas… Eu queria apanhar a queda em vídeo, mas o tipo demorou tanto que fiquei sem bateria para registar o momento.

Caminhámos um pouco pelas ruas de Vielha, que estava muito animada.

Havia ali uns carroceis e outras coisas do de feira. Deveria ser dia de festa aqui no sítio.

Passámos por uma igreja que pelo aspecto seria mesmo muito antiga.

Infelizmente estava fechada para obras de restauro.

No percurso que fizemos a pé, às tantas tínhamos um espanhol aos berros connosco.

Não nos queria por ali, estava a armar fogo-de-artifício… Bonito, esta noite vamos ter morteiros.

Depois da voltinha pela cidade regressámos ao hotel. Ainda tínhamos tempo para dar umas tecladas na net. Infelizmente o wifi (ou ouifi, como se diz em Espanha) tinha tido um fanico.

Bem, fomos fazer tempo para o quarto. Aproveitámos para arrumar umas coisas e ver a previsão do tempo. Tudo de bom para amanhã. Excelente!

Nisto seriam horas de jantar. Descemos ao restaurante do hotel, a sala estava meio-cheia. Algum barulho claro, não estivessem aqui espanhóis.

Sentámo-nos e fizemos a nossa selecção no menu. Dois pratos, como é costume. Para mim huevos revueltos (ovos mexidos), seguido de um lomo de cerdo (lombo de porco).

Não estando nada de espectacular, não estava mau de todo. Típica comida espanhola.

No fundo da sala estava um grupo de velhotes espanhóis a dar-lhe bem.

Alguma excursão ou viagem organizada. Eram tabuleiros e tabuleiros de comida, despejados para aquelas mesas.

Ao nosso lado estava uma mesa com três casais, que julgo serem catalães, pois falavam um raio de um dialecto que pouco se percebia. Uma mistura de francês e espanhol, mas eu só conseguia apanhar umas palavras de vez em quando, tal qual o crioulo.

Satisfeitos, regressámos ao quarto para meter o sono em dia.

Já deitados ouvimos os morteiros. Toca a dormir, que amanhã teríamos Andorra pela frente com umas 5 horas de condução e umas quantas e boas paragens.



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